“Um Mundo Melhor” no Canal +: uma reflexão sobre o sistema prisional
Um mundo melhor
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Amir Kaan, o prefeito progressista de Rheinstadt, Renânia do Norte-Vestfália, lança o "Trust", um experimento inovador que visa libertar centenas de detentos e reintegrá-los à sociedade, com o objetivo final de fechar a prisão local. Liderado por Petra Schach, criminologista convencida dos efeitos nocivos do confinamento e de sua falta de efeito dissuasivo, o programa oferece emprego, moradia e apoio psicológico a ex-detentos.
Embora quase três quartos da população apoiem o projeto, vozes estão se levantando, especialmente as das vítimas e seus entes queridos. Como aceitar ver o assassino do próprio filho levar uma vida normal? Como não ter medo de encontrar o ex-marido violento na rua? Como aceitar ter um vizinho pedófilo? Petra Schach reconhece que alguns ex-detentos são "bandidos", mas o sucesso do programa depende, segundo ela, da gestão adequada de casos difíceis, e essa idealista está determinada a provar que a reabilitação é sempre possível.
Esta série de oito partes, criada por Alexander Lindh e Laurent Mercier, imagina as consequências reais do experimento por meio de um elenco de personagens: o prefeito, uma assistente social, um psiquiatra, vários participantes e opositores do programa. De um detento para outro, os resultados são radicalmente diferentes. Enquanto Nader, um ex-traficante empregado em uma concessionária de carros, aproveita a oportunidade para se livrar das más companhias, sua irmã mais nova, Yara, ao contrário, desenvolve um sentimento de impunidade e manipula seu mentor.
Combinando com maestria ficção política, suspense e drama social, "Um Mundo Melhor" questiona as noções de punição, redenção e vida comunitária, ao mesmo tempo em que oferece uma reflexão sutil sobre o atual sistema prisional. "Trust" é um experimento pioneiro ou uma utopia que leva ao caos inevitável? Original e produzida com grande moderação, a série não faz julgamentos e permite que cada um forme sua própria opinião.
La Croıx
